Mais de 2,79 milhões de pessoas, equivalente a nove por cento da população moçambicana, enfrentou alguma privação alimentar aguda em 2024, revela a última avaliação do relatório Pós-Choque (SETSAN, 2024). Deste número, cerca de cinco por cento estão em situação de emergência.
A informação foi tornada pública na manhã de hoje (16) em Maputo pela secretária executiva do Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional, Leonor Mondlane, falando por ocasião da celebração do Dia Mundial da Alimentação que hoje se assinala sob o Lema “O direito à alimentação para uma vida melhor e um futuro melhor”.
Segundo Mondlane, na área de nutrição, 144.270 crianças dos seis a 59 meses de idade e 23.158 mulheres grávidas e lactantes sofrem de desnutrição aguda, o que corresponde a cerca de 11 por cento do total de crianças dos distritos abrangidos pela avaliação.
Disse que o Governo aprovou instrumentos legais como uma das formas de fazer face aos desafios da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN).
“Para fazer face aos desafios da área de segurança alimentar e nutricional, o Governo aprovou a Política de Segurança Alimentar e Nutricional e a III Estratégia Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (ESAN III) e respectivo Plano de Acção, dois importantes instrumentos orientadores para as intervenções de SAN, aprovados no Conselho de Ministros a 13 de Agosto de 2024”, disse.
“Também criou o Conselho Provincial de Segurança Alimentar e Nutricional (COPSAN), que estão todos operacionais, e está neste momento um trabalho de institucionalização dos Conselhos Distritais de Segurança Alimentar e Nutricional, onde temos mais de 100 conselhos destes distritos já criados, por forma a criar condições para que a agenda descentralizada de segurança alimentar e nutricional encontre espaço para operacionalização ao nível da base”, acrescentou.
O governo também perspectiva a realização do 3º Estudo de Base sobre Segurança Alimentar e Nutricional no presente ano, por forma a actualizar as estatísticas sobre a insegurança alimentar crónica e a desnutrição crónica no país.
A fonte concluiu apelando para que se faça do lema da celebração da data (o direito à alimentação para uma vida melhor e um futuro melhor), um desafio priorizado em todas as intervenções.