Ao invés de um clima de festa, os 130 anos dos Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) deixaram um rastro de descontentamento entre os trabalhadores. Em carta aberta dirigida ao Presidente do Conselho de Administração (PCA), Eng. Agostinho Francisco Langa Júnior, colaboradores expressam tristeza e indignação pela forma como foram excluídos das comemorações.
Para os trabalhadores, a celebração da efeméride “foi pensada apenas para uma elite”, ignorando aqueles que, durante décadas, dedicaram-se a manter a empresa de pé. “Era suposto que nos sentíssemos em festa, mas é com o coração carregado de tristeza que nos dirigimos a Vossa Excelência. O CFM é mais do que um emprego, é a nossa casa, o nosso legado, mas fomos esquecidos num momento que também nos pertence”, lê-se no documento.
Segundo os signatários, a gala organizada para assinalar a data foi marcada pelo requinte e pela presença de figuras de destaque nacional, enquanto o “colaborador comum” descrito como o verdadeiro pilar da empresa ficou à margem. “Aquele que levanta de madrugada, enfrenta o sol e a chuva, que mantém esta casa viva, não teve direito a partilhar do mesmo convívio”, criticam.
A indignação cresceu ainda mais após o anúncio de que os trabalhadores teriam um “outro dia” para assinalar a data. Para eles, esta decisão simboliza uma divisão interna entre “os que mandam e os que constroem”, agravando o sentimento de exclusão.
No entanto, os CFM ainda não se pronunciaram oficialmente sobre os factos narrados na carta e nem sobre o ambiente de descontentamento entre a massa laboral da empresa centenária.







