O Governo anunciou nesta terça-feira, na cidade da Beira, que a decisão de cortar o subsídio aos estudantes do sexto ano de medicina das universidades públicas é definitiva — pelo menos por enquanto. Embora lamente o impacto da medida, o Executivo pediu compreensão aos médicos estagiários, argumentando que o subsídio era discriminatório por não incluir alunos do ensino privado.
A posição foi tornada pública durante a 25ª sessão ordinária do Conselho de Ministros. O porta-voz do Governo, Inocêncio Impissa, explicou que o apoio financeiro foi introduzido em 2004 com o objetivo de atrair mais estudantes para a medicina, numa altura em que o país contava com apenas uma faculdade pública da área. Hoje, o cenário é diferente: existem várias instituições, públicas e privadas, formando médicos.
Impissa destacou ainda que o corte está relacionado com o acúmulo de dívidas devido a atrasos no pagamento dos subsídios aos estagiários, o que tornou a medida insustentável.
O Governo também anunciou que pretende reformular a estrutura dos estágios, mas reforçou que sua realização continuará a ser obrigatória para a conclusão da formação médica.