O Presidente da República, Daniel Chapo, apresentou perante a Assembleia da República a Informação Anual sobre a Situação Geral da Nação, traçando um retrato claro da evolução do país desde o início do ano até ao estágio actual. Na sua intervenção, o Chefe do Estado sublinhou que Moçambique vive hoje um momento de recuperação da confiança, apesar de ter herdado um contexto particularmente difícil.
Ao recordar o início do mandato, Daniel Chapo afirmou que, a 15 de Janeiro de 2025, encontrou “um país funcional, mas profundamente fragilizado”, assolado por instabilidade social, incerteza económica e um ambiente que ameaçava a confiança do povo no futuro. Segundo explicou, o período pós-eleitoral foi marcado por manifestações violentas e actos de vandalismo que resultaram na destruição de infra-estruturas públicas e privadas, na perda de mais de 50 mil postos de trabalho e em prejuízos avaliados em cerca de 27,4 biliões de meticais.
No plano económico, o Presidente lembrou que “no quarto trimestre de 2024, o Produto Interno Bruto registou uma contracção severa de 4,87%”, enquanto a inflação pressionava o custo de vida das famílias, criando um ambiente de forte incerteza. A este cenário juntaram-se os efeitos devastadores dos ciclones Chido, Dikeledi e Jude, que afectaram mais de 1,8 milhão de moçambicanos, destruíram casas, escolas, hospitais, estradas e meios de subsistência, agravando ainda mais a fragilidade do país.
“O que deveria impulsionar o desenvolvimento teve, inevitavelmente, de ser transformado em resposta à destruição”, afirmou Daniel Chapo, explicando que recursos inicialmente destinados a novos investimentos tiveram de ser canalizados para a reconstrução de escolas, hospitais, estradas e serviços essenciais.
Comparando esse ponto de partida com a situação actual, o Chefe do Estado destacou que, apesar de se tratar de “apenas oito meses de governação plena”, o país apresenta hoje “sinais fortes e inequívocos de uma nova forma de governar”. Entre esses sinais, apontou a estabilização da Nação, a redução da tensão social, o reforço do diálogo político e a aproximação efectiva entre o Estado e os cidadãos. Para o Presidente, estes avanços traduzem-se numa “recuperação da confiança interna e externa numa governação transparente, íntegra, próxima e orientada para resultados”.
Um dos pilares deste novo momento é o Diálogo Nacional Inclusivo, que Daniel Chapo descreveu como um processo histórico que devolveu aos moçambicanos a esperança num futuro comum. Segundo afirmou, o diálogo “não apagou diferenças, transformou-as em propostas” e permitiu que o país reencontrasse “um rumo comum”, baseado na participação, na tolerância e na convivência democrática.
No plano estratégico, o Presidente reiterou que o Governo está empenhado em implantar os alicerces da Independência Económica, uma visão que visa garantir “a auto-suficiência na produção de bens e serviços essenciais, a diversificação da economia e um desenvolvimento que não exclui e não deixa ninguém para trás”. Esta visão assenta na industrialização, na modernização das infra-estruturas e, sobretudo, na valorização do capital humano, com a juventude no centro das prioridades.
Concluindo a sua mensagem à Nação, Daniel Chapo reafirmou o compromisso assumido no dia da investidura, sublinhando que “a palavra dada ao povo é sagrada” e que as promessas feitas “não foram discursos, mas compromissos de governação”. Para o Chefe do Estado, Moçambique segue agora um caminho de reconstrução e esperança, com bases lançadas para um desenvolvimento sustentável, inclusivo e centrado nas pessoas.







