O filósofo e reitor da Universidade Técnica de Moçambique (UDM), Severino Ngoenha, defende a renegociação urgente dos contratos firmados pelo Governo moçambicano com diferentes multinacionais que fazem a prospeção e exploração do petróleo e gás no país, a revisão pontual dos royalties bem como as políticas financeiras por trás destes contratos. Para o filósofo, não faz sentido que Moçambique mesmo sendo detentor legítimo dos recursos não esteja avançado com qualquer negociação com vista a aumentar a geração de receitas oriundas dos recursos dos quais é dono.
Em entrevista cedida ao ISOC News, hoje 25 de Julho, segundo dia do Fórum Nacional de Geociências e Mudanças Climáticas, no distrito de Maxixe, província de Inhambane, Ngoenha disse “nós enveredamos pelas energias fosseis; carvão, gás, petróleo e outros, mesmo sabendo que eles tinham problemas do ponto de vista ecológico, porque nós necessitamos desse dinheiro para desenvolver o país, mas não estamos a cobrar dinheiro suficiente.
Então a primeira coisa que eu defendo com muita energia é que é preciso renegociar todos os nossos contratos com as multinacionais […] eles estão a pagar pouco e eles têm que pagar mais.”
Avança ainda que há sempre espaço para renegociar os contratos que o executivo já assinou com a SASOL, TOTAL, KENMARE, VULCAN e outras. “Há sempre espaço para renegociar; negociar significa sentar a mesa e discutir os procedimentos jurídicos, económicos e políticos”, mas defende que tudo depende da política que se isso torne-se realidade.”
Chama atenção para que os recursos dos quais Moçambique dispõe não transformem-se em maldição para o país.