O sector da aviação civil em Moçambique prepara-se para registar, nos próximos dias, um novo impulso com a entrada da Solenta Aviation no mercado doméstico, numa altura em que cresce a procura por serviços de transporte aéreo no país.
A companhia aérea passa a integrar o conjunto de operadores autorizados a actuar no espaço aéreo nacional, depois de cumprir os requisitos exigidos pelas autoridades reguladoras, num processo que se prolongou por cerca de dois anos.
O anúncio foi feito nesta quarta-feira, em Maputo, pelo presidente do Conselho de Administração do Instituto Nacional de Aviação Civil de Moçambique, Manuel Chaves, durante uma conferência de imprensa dedicada à dinâmica do sector.
Segundo Manuel Chaves, o regresso da Solenta Aviation resulta da necessidade de responder à crescente demanda por ligações aéreas internas, sobretudo em rotas estratégicas para a economia e a mobilidade de pessoas.
O responsável sublinhou que o mercado nacional apresenta sinais claros de recuperação e expansão, criando espaço para a entrada de novos operadores, desde que observadas as normas de segurança e concorrência.
A licença de operações concedida à Solenta Aviation abrange tanto o mercado nacional como o regional, reforçando a integração de Moçambique nos circuitos aéreos da região austral de África.
Chaves explicou que o tempo levado para a emissão da licença esteve relacionado com a avaliação rigorosa dos critérios técnicos, operacionais e financeiros exigidos pela legislação aeronáutica em vigor.
De acordo com o PCA do INAM, o objectivo do regulador é garantir um ambiente de concorrência saudável, que proteja os interesses dos passageiros e assegure elevados padrões de segurança operacional.
A autoridade aeronáutica considera que a entrada de mais operadores poderá contribuir para a redução de custos, melhoria da qualidade do serviço e aumento da frequência de voos em rotas domésticas.
Falando à imprensa após a entrega oficial da licença, Manuel Chaves reiterou que o Estado não abre mão do rigor regulatório, mesmo perante a pressão do mercado por mais opções de transporte aéreo.
Por sua vez, o presidente da Solenta Aviation, Brian Holmes, manifestou satisfação e optimismo com o regresso da companhia ao mercado moçambicano, após um período de paralisação.
Holmes afirmou que Moçambique continua a ser um mercado estratégico para a empresa, devido ao seu potencial económico e à necessidade de conectividade entre as principais cidades e regiões do país.
Questionado sobre a capacidade operacional inicial, o dirigente revelou que a Solenta Aviation vai arrancar com uma frota de três aeronaves, enquanto decorre o processo de consolidação da sua presença no mercado.
Segundo explicou, esta fase inicial permitirá à companhia ajustar os seus mecanismos operacionais, reforçar equipas e alinhar os serviços às exigências do regulador e dos clientes.
A empresa prevê, gradualmente, expandir a sua operação, em função da resposta do mercado e das condições económicas, apostando em eficiência e fiabilidade.
Analistas do sector consideram que o regresso da Solenta Aviation poderá aliviar a pressão existente sobre outros operadores, especialmente em períodos de elevada procura.
A expectativa é de que a maior oferta de voos contribua para dinamizar sectores como o turismo, os negócios e a circulação de bens e serviços.
Para o Governo, a revitalização do transporte aéreo doméstico é vista como um factor-chave para a integração territorial e o desenvolvimento económico.
O INACM garante que continuará a acompanhar de perto o desempenho dos operadores, assegurando o cumprimento das normas internacionais de aviação civil.
A entrada da Solenta Aviation surge, assim, como mais um sinal de retoma gradual do sector aéreo moçambicano, após anos marcados por constrangimentos operacionais e económicos.
Com novos operadores e maior concorrência, espera-se que o mercado aéreo nacional se torne mais robusto, acessível e alinhado com as necessidades de crescimento do país.







