Segundo o documento, 77% das crianças moçambicanas cerca de 13 milhões num universo de 16,4 milhões vivem em situação de pobreza, seja ela monetária, multidimensional ou ambas. Este relatório notabiliza a pobreza infantil de forma multidimensional, visto que compromete o acesso a direitos básicos como educação, saúde, nutrição e protecção pouco melhorou em quase uma década.
Em 2022, 6,8 milhões de crianças (41,3%) permaneciam privadas desses direitos essenciais. Para a UNICEF, este cenário exige uma resposta urgente do Governo, incluindo a profissionalização e o reforço da força de trabalho social, a fim de garantir o bem-estar e a protecção das crianças.
A Human Rights Watch (HRW) denuncia ainda o rapto sistemático de crianças por grupos terroristas para trabalhos forçados e outras violações graves dos Direitos Humanos. Dados revelam que uma em cada quatro meninas sofre violência física antes dos 18 anos, pior ainda se referindo de Cabo Delgado, onde o conflito armado persiste desde Outubro de 2017.
Um novo relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), intitulado “Pobreza Infantil Multidimensional em Moçambique (2014/15–2022)”, traça um retrato alarmante da infância no país.
De forma chocante, Moçambique figura como o segundo país com maior aumento percentual (525%) de violações graves contra crianças em zonas de conflito em 2024, superado apenas pelo Líbano, segundo o relatório do secretário-geral da ONU sobre crianças e conflitos armados.